Morre Sérgio Cabral: Jornalista, Compositor e Político Brasileiro aos 87 Anos
15 julho 2024 19 Comentários vanderlice alves

Morre Sérgio Cabral: Jornalista, Compositor e Político Brasileiro aos 87 Anos

Falecimento de Sérgio Cabral

Sérgio Cabral, uma das personalidades mais marcantes da cultura e política brasileira do século XX e início do XXI, faleceu no domingo, 14 de julho de 2024, aos 87 anos. A notícia foi divulgada por seu filho, Sérgio Cabral Filho, nas redes sociais, onde ele prestou uma emocionante homenagem ao pai. Sérgio Cabral nasceu em Cascadura, bairro da zona norte do Rio de Janeiro, e desde cedo demonstrou um talento multifacetado que o acompanharia ao longo de toda sua vida.

Início da Carreira Jornalística

Cabral iniciou sua carreira no jornalismo em uma época tumultuada para o Brasil. Em plena ditadura militar, ele foi um dos fundadores do jornal 'O Pasquim', que se tornou um símbolo de resistência e liberdade de expressão. O jornal satírico desafiava o regime militar com humor ácido e crítica social, o que levou à prisão temporária de Sérgio Cabral e seus colegas. Apesar dos riscos, ele nunca se intimidou e continuou a usar sua voz para lutar pela democracia.

Contribuições para a Música e o Samba

Não apenas um jornalista brilhante, Cabral também deixou sua marca na música popular brasileira. Compositor e produtor, ele trabalhou ao lado de grandes nomes como Rildo Hora, ajudando a moldar o som do samba. Sua paixão pela música de raiz brasileira o levou a se envolver profundamente com o Carnaval Carioca, onde atuou como jurado em diversas ocasiões, avaliando as apresentações das escolas de samba. Cabral tinha um conhecimento enciclopédico sobre samba e seu entusiasmo pelo gênero era contagiante.

Atuação Política

A política também foi um campo onde Sérgio Cabral deixou sua marca. Ele serviu como vereador no Rio de Janeiro por três mandatos consecutivos, de 1983 a 1993. Durante esse período, lutou por melhorias urbanas e pelo bem-estar dos cariocas, sendo figura importante no cenário político da cidade. Depois, ocupou um cargo no Tribunal de Contas do Município, onde trabalhou até sua aposentadoria em 2007. Sua atuação política sempre foi marcada pela dedicação e compromisso com a verdade e justiça social.

Legado Literário

Além de jornalista e político, Cabral era também um escritor talentoso. Autor de várias biografias de figuras icônicas da música brasileira, como Tom Jobim, Pixinguinha e Nara Leão, suas obras são referência para estudiosos e amantes da música. Com uma narrativa envolvente e detalhista, Cabral conseguia capturar a essência dos biografados, contribuindo significativamente para a historiografia cultural do Brasil.

Últimos Anos e Reconhecimento

Nos seus últimos anos, Sérgio Cabral recebeu numerosas homenagens e reconhecimentos por sua vasta contribuição à cultura e à política do Brasil. Sua morte deixa um vazio profundo, porém seu legado continuará vivo, inspirando futuras gerações de jornalistas, músicos e políticos. A trajetória de Cabral nos lembra da importância da perseverança, paixão e integridade em todas as áreas em que atuamos.

Conclusão

Sérgio Cabral foi um verdadeiro ícone brasileiro cuja vida e obra atravessaram diversas décadas e setores importantes da sociedade. Seu arrebatador amor pelo Rio de Janeiro, seu compromisso com a verdade e sua paixão pelo samba e pelo futebol o fizeram uma figura inesquecível e admirável. A morte de Cabral é uma grande perda para o Brasil, mas seu legado perdurará por muito tempo, continuando a influenciar e a encantar todos aqueles que tiveram o privilégio de conhecer sua história e suas realizações.

Comentários
EVANDRO BORGES
EVANDRO BORGES

RIP Sérgio Cabral... esse homem foi um verdadeiro gigante. 🙏 O samba perdeu um dos seus maiores guardiões, e o jornalismo, um dos seus mais corajosos.

julho 15, 2024 AT 12:28

Fábio Vieira Neves
Fábio Vieira Neves

Sérgio Cabral foi, sem dúvida, um dos poucos intelectuais brasileiros que conseguiram conciliar a profundidade crítica com a acessibilidade popular. Sua atuação no 'O Pasquim' foi um ato de coragem cívica que merece ser estudado nas universidades como modelo de resistência intelectual. Sua obra biográfica, especialmente sobre Pixinguinha, é uma referência incontornável.

julho 17, 2024 AT 09:26

Eduardo Bueno Souza
Eduardo Bueno Souza

O Cabral era tipo aquele avô que te contava histórias de quando o samba era proibido e o carnaval era luta... e ele tava lá, com o caderno na mão, anotando tudo como se fosse um missionário da memória. Ele não só registrou a história... ele a respirou. 🌿

julho 17, 2024 AT 16:12

Cleber Soares
Cleber Soares

Tava no jornal e no samba? Tava no politico? Cara, ele era um super-homem do Rio.

julho 19, 2024 AT 05:37

Martha Michelly Galvão Menezes
Martha Michelly Galvão Menezes

A precisão histórica das biografias dele é impressionante. Cada frase parece ter sido pesada em balança de ouro. É raro encontrar alguém que une jornalismo, música e política com tanta ética e rigor.

julho 20, 2024 AT 20:10

Tércio Sathler
Tércio Sathler

Ele fez tudo: jornalismo, música, política... e ainda tinha tempo pra dar palpite no samba da Mangueira? O homem era máquina. O resto de nós tá aqui tentando acordar antes das 10h.

julho 20, 2024 AT 21:25

mauro pennell
mauro pennell

Lembro quando ele veio na escola de samba da minha cidade, anos 90. Não era o político, nem o jornalista. Era só o cara que sabia o nome de cada instrumento, de cada passo, de cada batida do coração do samba. Ele não julgava. Ele escutava. E isso era raro.

julho 22, 2024 AT 19:05

Leandro Oliveira
Leandro Oliveira

Mas será que ele não era só um político com cara de intelectual? Tinha um monte de coisa que não foi dita, né? A gente só vê o lado bonito.

julho 23, 2024 AT 09:01

Nayane Correa
Nayane Correa

Ele era o tipo de pessoa que fazia você sentir que o samba não era só música - era memória, resistência, alma. E isso é raro hoje em dia.

julho 25, 2024 AT 01:54

Bruna M
Bruna M

Se todos os políticos tivessem a paixão dele pelo povo e pela cultura, o Brasil seria outro. Ele não usava a cultura como discurso. Ele a vivia.

julho 25, 2024 AT 07:37

Júlio Tiezerini
Júlio Tiezerini

E se tudo isso for uma fachada? E se o 'O Pasquim' tivesse sido financiado por grupos que depois apoiaram a ditadura? E se ele tivesse se beneficiado disso? Ninguém fala disso.

julho 26, 2024 AT 09:17

Clebson Cardoso
Clebson Cardoso

Acho que o maior legado dele foi mostrar que não é preciso escolher entre ser intelectual e ser popular. Ele era os dois ao mesmo tempo - e isso assusta quem quer que a cultura fique em caixinhas.

julho 28, 2024 AT 01:55

Nathan Leandro
Nathan Leandro

O samba sem ele é como o Rio sem o mar. A gente sabe que tá lá, mas falta algo que a gente não consegue nomear.

julho 28, 2024 AT 02:28

Fábio Vieira Neves
Fábio Vieira Neves

A crítica do comentário 4005 é infundada e desprovida de qualquer evidência documental. A trajetória de Sérgio Cabral é bem documentada por historiadores como José Murilo de Carvalho e Mário de Andrade. A especulação conspiratória não contribui para o debate, apenas o envenena.

julho 29, 2024 AT 11:50

Maria Rita Pereira Lemos de Resende
Maria Rita Pereira Lemos de Resende

Cultural ambassador: yes. Institutional memory: yes. But let’s not romanticize - he operated within a system that still excluded the very communities he celebrated.

julho 31, 2024 AT 10:27

Eduardo Bueno Souza
Eduardo Bueno Souza

Ela tá certa, mas aí entra o que ele fez com o que tinha: ele abriu portas. Não foi perfeito, mas foi um dos poucos que deixou a porta entreaberta. E isso, no Brasil, já é revolução.

agosto 1, 2024 AT 18:32

Ronaldo Mascher
Ronaldo Mascher

Sergio Cabral foi um dos poucos que soube equilibrar a crítica com a ternura. Ele não só denunciou, mas também celebrou. E isso, na nossa cultura, é raro. Ele nos ensinou que a verdade pode ser amorosa.

agosto 1, 2024 AT 18:58

Esthefano Carletti
Esthefano Carletti

Ele morreu e agora todo mundo tá chorando... mas quando ele tava vivo, ninguém ligava. A gente só se importa quando o herói some.

agosto 3, 2024 AT 15:47

Ulisses Carvalho
Ulisses Carvalho

Acho que o mais bonito é que ele não queria ser herói. Só queria que o samba fosse ouvido. E ele conseguiu. E isso é mais que um legado - é um dom.

agosto 5, 2024 AT 08:28

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