Brasil enfrenta Marrocos, Haiti e Escócia na Copa 2026; estreia em junho com desafio histórico
6 dezembro 2025 0 Comentários vanderlice alves

Brasil enfrenta Marrocos, Haiti e Escócia na Copa 2026; estreia em junho com desafio histórico

A Copa do Mundo de 2026 já tem seu primeiro grande embate definido: o Brasil abre a caminhada no Grupo C contra o Marrocos, em 13 de junho de 2026, em Boston ou Nova Jersey. O sorteio, realizado na sexta-feira, 5 de dezembro de 2025, em Washington, D.C., colocou a seleção canarinho ao lado de um adversário histórico, um estreante absoluto e uma equipe que volta após décadas — tudo em um grupo que promete tensão, surpresas e emoção. Comandada pelo técnico Carlo Ancelotti, a equipe brasileira, líder do ranking da FIFA com 5,6% de chance de conquistar o título, enfrentará desafios inéditos e reencontros do passado — e não há espaço para descanso.

Um grupo que mistura história, estreia e retorno

O Grupo C é um microcosmo da própria Copa do Mundo. O Marrocos, vice-campeão em 2022, traz experiência e garra africana. O Haiti faz sua primeira aparição em uma Copa, uma conquista monumental para um país que enfrenta crises políticas e econômicas constantes. Já a Escócia retorna à competição após 24 anos de ausência — sua última participação foi em 1998, quando perdeu para o Brasil por 2-1 e, curiosamente, venceu o Marrocos por 3-0.

Os confrontos entre Brasil e Haiti, Marrocos e Haiti, e Escócia e Haiti são inéditos. Isso significa que, para o Haiti, cada jogo é uma jornada sem mapa. Para o Brasil, é um teste de humildade: mesmo sendo favorito, não pode subestimar o espírito de quem luta por uma vaga que nem todos acreditavam possível.

As reprises do passado: Brasil x Marrocos e Brasil x Escócia

O duelo contra o Marrocos em 13 de junho reviverá um capítulo de 1998, quando o Brasil venceu por 3-0 na França, com gol de Ronaldo e uma atuação dominante. Mas hoje, o Marrocos é outro time: mais organizado, mais rápido, com jogadores da Premier League e uma defesa que já eliminou a Espanha em 2022. Ancelotti sabe disso. A declaração incompleta da comissão técnica — "Grupo bastante difícil. O Marrocos é muito..." — não precisa ser terminada. O silêncio já diz tudo.

Contra a Escócia, o Brasil tem vantagem histórica: quatro confrontos, três vitórias e um empate. O último foi em 1998, em Lyon, com gol de Rivaldo. Mas a Escócia mudou. Tem jovens talentos como Liam Scales e Billy Gilmour, que jogam na Escócia e na Alemanha. Não é o time de Kenny Dalglish dos anos 80, mas é um time com identidade, organização e fome de prova.

Calendário e logística: os jogos em território norte-americano

Os jogos do Brasil serão distribuídos em três cidades diferentes, uma estratégia da FIFA para maximizar o alcance da competição. A estreia será em Boston ou Nova Jersey — locais ainda não confirmados oficialmente, mas com estádios que já sediaram finais da MLS e da NFL. O segundo jogo, contra o Haiti, acontece em Boston ou Filadélfia, em 19 de junho. O encerramento da fase de grupos será em Miami, em 24 de junho, contra a Escócia. Os horários e estádios exatos serão anunciados em 6 de dezembro, um dia após o sorteio.

Isso cria um desafio logístico único: a equipe terá que se deslocar entre os estados de Massachusetts, Nova Jersey, Pensilvânia e Flórida em menos de 12 dias. Nenhum time da Copa teve esse ritmo desde 1994. A comissão técnica já está definindo o centro de treinamento em Orlando, com convocação final marcada para maio de 2026. Amistosos contra seleções da Ásia e da Europa estão sendo negociados para testar o elenco.

As estatísticas que não mentem — e as que enganam

O supercomputador da Infomoney aponta a Espanha como favorita (17% de chance), seguida pela Inglaterra (15%) e Brasil (5,6%). Mas estatísticas não contam o que acontece dentro do campo. O Haiti, por exemplo, tem uma média de 0,4 gols por jogo nas eliminatórias da CONCACAF. Mas é uma seleção que vive de emoção, não de números. E já vimos times como a Coreia do Sul em 2002 ou a Croácia em 2018 superarem probabilidades.

Além disso, o Brasil nunca perdeu para o Haiti — e nem sequer enfrentou. Mas isso não garante nada. O Haiti venceu o Canadá por 2-1 nas eliminatórias, em jogo que terminou com 12 cartões vermelhos. A intensidade será diferente. O Brasil não pode pensar em "fazer 4 a 0" e descansar. Precisa de foco absoluto desde o primeiro minuto.

O que vem a seguir: preparação, convocações e pressão

Ancelotti já tem uma lista de 30 jogadores em observação. Neymar, se estiver em forma, será peça-chave. Vinícius Jr. e Rodrygo estão na frente, mas a dúvida é quem dará equilíbrio no meio-campo. Casemiro, aos 33, pode ser o líder. Mas o técnico tem de escolher entre experiência e juventude — e não há espaço para erros.

Os jogadores da base, como Endrick e Lucas Paquetá, terão de provar que merecem a vaga. E a pressão? É imensa. O Brasil não vence a Copa desde 2002. A torcida exige. A mídia exige. E o mundo está olhando. Afinal, em 19 de julho de 2026, a final será em Nova York/Nova Jersey — e o Brasil quer estar lá.

Frequently Asked Questions

Por que o Grupo C é considerado tão difícil mesmo com o Brasil como cabeça-de-chave?

Porque o Marrocos é uma seleção de elite, com experiência em Copas recentes e defesa sólida; o Haiti traz energia e motivação inigualável — e já venceu seleções mais fortes nas eliminatórias; e a Escócia, embora ausente há 24 anos, tem jogadores de alto nível na Europa e um histórico de dificultar jogos contra grandes potências. O Brasil não pode se dar ao luxo de perder pontos.

O Haiti realmente tem chances de avançar na Copa?

As chances são mínimas — menos de 1% segundo modelos estatísticos. Mas o Haiti já fez história ao se classificar pela primeira vez. Se conseguir um empate contra a Escócia ou Marrocos, e se o Brasil vencer os outros dois jogos, o Haiti pode terminar em terceiro e se classificar como melhor terceiro colocado. É improvável, mas não impossível. A história do futebol é feita de surpresas.

Quais são os estádios prováveis para os jogos do Brasil?

Boston pode ser o Gillette Stadium, Nova Jersey o MetLife Stadium, Filadélfia o Lincoln Financial Field e Miami o Hard Rock Stadium. Todos já sediaram grandes eventos e têm capacidade acima de 60 mil espectadores. A FIFA ainda não confirmou, mas a logística favorece esses locais por proximidade e infraestrutura.

Por que o sorteio foi em Washington e não em outro lugar?

Washington foi escolhido por ser a capital política dos EUA, país sede principal da Copa 2026. A FIFA quer simbolizar a união entre os três países anfitriões (EUA, Canadá e México) e destacar o aspecto político e cultural da competição. Além disso, o evento contou com a presença de autoridades norte-americanas e a entrega do "Troféu da Paz" — um gesto simbólico da entidade.

O Brasil tem vantagem por ter jogado menos na América do Norte?

Sim e não. O Brasil não joga frequentemente nos EUA, o que pode ser um fator desconhecido para os adversários. Mas também significa que os jogadores têm menos familiaridade com os campos, clima e fuso horário. A seleção vai se preparar em Orlando para adaptar-se, mas o desafio é real. A vantagem real está na qualidade individual, não na localização.

Qual é o maior risco para o Brasil nesse grupo?

O maior risco é a complacência. Contra o Haiti, o Brasil pode achar que vai vencer fácil e relaxar no jogo. Mas o Haiti tem fome, e futebol é jogo de emoção. Um empate por 1 a 1 ou uma derrota por 2 a 1 seria um escândalo. O segundo maior risco é a logística: três cidades em 12 dias, sem tempo para recuperação adequada. A gestão da equipe será tão importante quanto o talento dos jogadores.