Na tarde de quinta‑feira, 25 de setembro, o estacionamento da Escola Estadual Professor Luís Felipe, em Sobral, virou cena de horror. Dois jovens, de 16 e 17 anos, foram atingidos fatalmente por disparos que vieram de armados em duas motos, posicionados na calçada ao lado da escola. Três outros estudantes – um de 16 e dois de 17 – também levaram ferimentos e foram socorridos rapidamente.
Como aconteceu o ataque
Segundo relatos da polícia, os suspeitos chegaram em duas motocicletas, pararam próximos ao portão da escola e começaram a disparar sem aviso. As balas atingiram os estudantes que estavam no estacionamento, onde aguardavam a partida de um carro. Ainda não há informações concretas sobre o motivo imediato do tiroteio, mas as investigações apontam para possíveis desavenças ligadas ao tráfico de drogas, que tem marcado a região nos últimos anos.
Durante as primeiras diligências, a polícia apreendeu uma pequena quantidade de droga, uma balança de precisão e material de embalagem junto a um dos jovens mortos. Esse achado indica que o jovem poderia estar envolvido em alguma atividade ilícita, embora ainda não haja confirmação oficial sobre seu papel.
Repercussões e respostas das autoridades
O governador do Ceará, Elmano de Freitas, manifestou "profunda tristeza" com o que chamou de "violência intolerável" e anunciou o deslocamento de reforços policiais para o norte do estado, com objetivo de capturar os autores e prevenir novos episódios. O ministro da Educação, Camilo Santana, aproveitou o caso para destacar que escolas devem ser "lugares sagrados de paz e acolhimento" e pediu união da sociedade para garantir a segurança dos estudantes.
Um dos adolescentes feridos, de 16 anos, já era conhecido das autoridades. Ele responde atualmente a processos por homicídio, roubo e porte ilegal de arma. Esse histórico alimenta o debate sobre o quanto a criminalidade juvenil está entrelaçada com o aumento da violência nas escolas da região.
Especialistas em segurança pública apontam que a expansão dos cartéis de droga para o Nordeste tem provocado um aumento de conflitos armados em cidades antes consideradas tranquilas. Sobral, que tem cerca de 200 mil habitantes, tem visto um crescimento de quadrilhas que disputam território para tráfico, o que eleva o risco de confrontos envolvendo civis, inclusive estudantes.
Organizações civis da região já iniciaram campanhas de apoio psicológico para os alunos e famílias afetadas, além de pressionar o poder público por políticas de prevenção mais efetivas, como programas de intervenção em comunidades vulneráveis e investimentos em vigilância nas áreas escolares.
Até o momento, os suspeitos permanecem foragidos. A polícia continua a busca e pede que qualquer pessoa que tenha visto motos ou indivíduos suspeitos nas imediações da escola entre as 15h e 17h no dia do ataque entre em contato com as autoridades. O caso reforça a urgência de estratégias integradas que combatam o tráfico e protejam os ambientes de educação, antes que novas tragédias se repitam.
O tiroteio escolar não só marcou a comunidade de Sobral, mas também reacendeu o debate nacional sobre a necessidade de políticas de segurança mais rígidas e de investimentos em programas de prevenção ao crime entre jovens. Enquanto os familiares aguardam respostas, a cidade se mobiliza para honrar as vítimas e buscar justiça.