Blues Britânico: tudo o que você precisa saber

Quando a gente fala de blues, a primeira imagem que vem à mente costuma ser o sul dos EUA, com guitarra slide e vozes rasgadas. Mas o blues cruzou o Atlântico e encontrou solo fértil na Grã‑Bretanha. Lá, surgiram bandas que misturaram o sentimento cru do blues americano com a rebeldia do rock britânico, criando um som único.

Como o blues chegou à Inglaterra

Nos anos 60, discos de Muddy Waters, Howlin’ Wolf e B.B. King começaram a circular nas lojas de Londres. Jovens músicos como Eric Clapton, Jeff Beck e Mick Jagger ouviam esses discos nas rádios piratas e nos cafés do Soho. Eles decidiram tocar as mesmas escalas, mas acrescentaram a energia dos grupos de skiffle e rock ’n’ roll que já dominavam a cena.

O primeiro grande sucesso foi o British Blues Boom, liderado por bandas como The Rolling Stones, The Animals e The Yardbirds. Esses grupos não só reproduziam as músicas dos antigos bluesmans, como também escreviam suas próprias composições, mantendo a estrutura de 12 compassos e o sentimento de lamentação.

Os nomes que marcaram o gênero

Alguns artistas se tornaram referência absoluta. Eric Clapton, antes de brilhar nos Cream e nos Derek and the Dominos, foi guitarrista do The Yardbirds, onde aprendeu a arte do solo melódico. John Mayall, com seu grupo Bluesbreakers, foi uma escola viva: guitarristas como Peter Green, Eric Clapton e later Jimmy Page passaram por ali.

Outros nomes importantes são:

• Rory Gallagher – cantor e violonista que traz o blues ao folk britânico.
• Eva Colas – jovem talentosíssima que mistura blues clássico com rock psicodélico.
• George Eddie Johnson – conhecido por sua voz rouca e riffs poderosos.

Essas figuras ajudaram a manter o blues vivo na Inglaterra, influenciando gerações posteriores, inclusive bandas de hard rock e heavy metal.

Hoje, o blues britânico ainda aparece nos festivais de Camden, nos pubs de Manchester e nas playlists de serviços de streaming. Ele evolui, mas não perde a raiz: a dor, a esperança e a vontade de contar histórias através da guitarra.

Se você quer mergulhar de cabeça, comece pelas gravações de John Mayall & the Bluesbreakers – ‘Yes! Your Sister’s Calling’ ou os álbuns ao vivo dos Rolling Stones nos anos 70. Depois, explore as novas vozes como Eva Colas, que trazem frescor sem abandonar a essência.

Resumindo, o blues britânico não é só uma cópia do americano. É um híbrido que combina tradição e ousadia, criando um som que ainda emociona fãs ao redor do mundo. Curta, explore, e deixe a música falar por você.