Como o Inter Miami garantiu a vaga no Club World Cup
O Inter Miami chegou ao Club World Cup de 2025 como representante da nação anfitriã, depois de conquistar a Supporters' Shield de 2024 – um recorde de 74 pontos na temporada regular da MLS. O título veio sob o comando de Gerardo "Tata" Martino, que moldou um time com forte poder ofensivo e um elenco estrelado ao lado de Lionel Messi.
Entretanto, a temporada desde então tem sido marcada por mudanças bruscas. Javier Mascherano assumiu o posto de técnico principal, substituindo o espanhol que liderava a conquista da Shield. A transição trouxe instabilidade: o clube ocupa a quarta posição na Conferência Leste, longe da liderança que gostaria de defender.
O revés mais doloroso chegou nas semifinais da Concacaf Champions Cup, onde o Miami foi eliminado pelo Vancouver Whitecaps com um agregado de 5 a 1 (2 a 0 no BC Place e 3 a 1 no Chase Stadium, em Fort Lauderdale). A derrota evidenciou fragilidades defensivas e mostrou que, apesar do nome, o plantel ainda tem muito a evoluir.

Os desafios do torneio e as declarações de Busquets
Ao ser questionado sobre as chances do clube no torneio global, o meia espanhol foi direto ao ponto: "É claro que não estamos no nível para competir no Club World Cup, mas vamos tentar nos sair bem no nosso grupo". Em entrevista à DAZN, Busquets enfatizou a necessidade de encarar cada partida como um teste de sobrevivência, reconhecendo que avançar será "difícil".
O Grupo A do torneio reúne Al Ahly (Egito), Palmeiras (Brasil) e Porto (Portugal). Todos são clubes com tradição continental, vitórias em ligas fortes e experiência em competições intercontinentais. Para o Inter Miami, o primeiro duelo será contra o Al Ahly, marcado para 14 de junho, na sua própria cidade.
Enquanto o veterano mantém o pé no chão, Mascherano tenta inspirar o grupo: "É um privilégio treinar um time que vai jogar num torneio tão importante. Nosso objetivo é competir da melhor forma possível, mesmo sabendo que vamos enfrentar equipes de alto nível".
Busquets, que já levantou o troféu três vezes com o Barcelona (2009, 2011 e 2015), vê a partida como oportunidade de fechar sua carreira com chave de ouro. "É muito empolgante jogar um Club World Cup com os melhores clubes do mundo. Gostamos de ter dois jogos aqui, diante dos nossos torcedores" – disse ele, misturando realismo e entusiasmo.
Além da questão tática, a qualificação do Miami tem dividido opiniões. Muitos críticos apontam que o clube conseguiu a vaga sem cumprir os critérios esportivos habituais, baseando-se apenas no fato de ser representante da nação sede. Essa polêmica adiciona pressão extra ao elenco, que precisa provar que merece estar entre os melhores.
Para entender o panorama da situação, veja alguns fatos-chave:
- Inter Miami garantiu a vaga como anfitrião, não como campeão continental.
- O clube terminou a MLS 2024 com recorde de pontos, mas perdeu a semifinal da Concacaf Champions Cup.
- O grupo do torneio inclui Al Ahly, Palmeiras e Porto – três gigantes de continentes diferentes.
- Sergio Busquets, com três títulos mundiais no currículo, está em sua última temporada antes da aposentadoria.
O que resta agora é observar como a diretoria e o técnico adaptarão a estratégia para enfrentar adversários que jogam com ritmo e disciplina superiores. O foco está em reforçar a saída de bola, melhorar a cobertura defensiva e aproveitar ao máximo a qualidade de Messi e companhia.
Se a equipe conseguir surpreender nas primeiras partidas, o moral será elevado e a narrativa de "underdog" ganhará força. Caso contrário, a campanha poderá terminar já nas fases de grupos, reforçando as palavras de Busquets sobre a diferença de nível. O próximo mês será decisivo tanto para o futuro do clube quanto para o legado do próprio meio‑campista espanhol.