Seis brasileiros entre os 16 melhores, um sorteio sem restrições de país e um calendário que apertou o passo em agosto. A Copa Libertadores 2025 chegou às oitavas com cara de decisão desde cedo. Palmeiras, São Paulo, Internacional, Botafogo, Flamengo e Fortaleza avançaram; o Bahia ficou pelo caminho na fase de grupos. A CONMEBOL fez o sorteio no dia 2 de junho, em Luque (Paraguai), definiu o chaveamento até a final e manteve a regra: líderes de grupo decidem em casa. A final está marcada para 29 de novembro, em Lima, com estádio ainda a anunciar.
Quem avançou e como ficou o chaveamento
O sorteio dividiu os 16 classificados em dois potes. No Pote 1 ficaram os líderes de grupo; no Pote 2, os segundos colocados. Não houve trava por país: clássico nacional? Poderia acontecer — e aconteceu. Com o emparelhamento, formou-se também o caminho completo até a final, facilitando a leitura de possíveis cruzamentos nas quartas e nas semifinais.
Pote 1 (líderes de grupo):
- Palmeiras (Brasil)
- São Paulo (Brasil)
- Racing (Argentina)
- River Plate (Argentina)
- Estudiantes (Argentina)
- Vélez Sarsfield (Argentina)
- Internacional (Brasil)
- LDU (Equador)
Pote 2 (segundos colocados):
- Flamengo (Brasil)
- Botafogo (Brasil)
- Fortaleza (Brasil)
- Universitario (Peru)
- Atlético Nacional (Colômbia)
- Peñarol (Uruguai)
- Cerro Porteño (Paraguai)
- Libertad (Paraguai)
Regras do mata-mata seguem a cartilha da competição: jogos de ida e volta, mando da partida de volta para quem teve melhor campanha na fase de grupos e, em caso de empate no placar agregado, decisão por pênaltis (sem gol qualificado). O calendário das oitavas ocupou duas semanas de agosto: idas entre 12 e 14; voltas entre 19 e 21.

Jogos das oitavas: o que aconteceu em campo
Vélez Sarsfield x Fortaleza — O Vélez avançou. Foi confronto de alto contato e muita estratégia, com o time paulista do Nordeste encarando bem a pressão, mas os argentinos controlando momentos-chave e sendo mais eficientes quando precisaram.
São Paulo x Atlético Nacional — O Tricolor confirmou a classificação com autoridade. Soube administrar a vantagem construída e não deu espaço para o contra-ataque colombiano, impondo ritmo e segurança defensiva nas duas partidas.
Racing x Peñarol — O Racing passou. O time de Avellaneda se apoiou em posse de bola paciente e na força em casa, segurando o ímpeto do tradicional clube uruguaio no jogo da volta.
Estudiantes x Cerro Porteño — O Estudiantes avançou. Teve cenário típico de mata-mata: bola parada pesada, disputa física no meio e poucos erros. A equipe de La Plata aproveitou as chances e administrou o resultado.
Flamengo x Internacional — Duelo brasileiro carregado de tensão desde o sorteio. O Flamengo eliminou o Inter em uma eliminatória que exigiu concentração total, com decisões importantes nas duas áreas e controle emocional em momentos de pressão.
LDU x Botafogo — Virada equatoriana. A LDU reverteu a desvantagem da ida, aproveitando a altitude e a força do seu estádio. O Botafogo até criou oportunidades, mas a LDU acelerou quando precisou e carimbou a vaga.
Palmeiras x Universitario — O Palmeiras fez valer a melhor campanha. Foi firme, organizado e não permitiu que o Universitario ditasse o roteiro, controlando fases do jogo e minimizando riscos.
River Plate x Libertad — Classificação argentina nos pênaltis. Depois de uma série parelha, o River segurou a pressão paraguaia na volta e levou a decisão para as penalidades, onde pesaram experiência e execução.
Com isso, três brasileiros seguem vivos nas quartas: Palmeiras, São Paulo e Flamengo. A Argentina emplacou quatro representantes — River Plate, Estudiantes, Racing e Vélez Sarsfield — e o Equador segue com a LDU. É um desenho de fase aguda com dois polos fortes, Brasil e Argentina, e um franco-atirador perigoso, a equipe de Quito.
Alcançar as quartas rende US$ 1,7 milhão (cerca de R$ 9,6 milhões). Esse dinheiro pesa na janela do meio do ano e pode mexer com reforços, renovações e prioridades de calendário. E vale lembrar: o mando de campo na sequência do mata-mata segue atrelado à campanha da fase de grupos, o que coloca valor extra em cada ponto conquistado lá atrás.
O sorteio de junho já tinha desenhado o caminho até Lima. Os cruzamentos das quartas e o lado de cada time no chaveamento ficaram claros desde então, o que facilita o planejamento logístico — voos longos, diferenças de altitude, gramados e clima. Para quem mira a final, entender a rota é quase tão importante quanto ler o adversário da vez.
A decisão em Lima, no dia 29 de novembro, será em jogo único, e a CONMEBOL ainda definirá o estádio. A tendência é de um palco com grande capacidade e boa infraestrutura para receber torcidas pesadas de Brasil e Argentina — e, claro, os equatorianos da LDU, que conhecem muito bem finais continentais.
Nos últimos anos, os brasileiros dominaram a competição, mas os argentinos responderam com elencos competitivos, comissões técnicas estáveis e projetos que resistem a altas e baixas. Esta edição mostra isso de novo: três brasileiros fortes e quatro argentinos com identidade clara de jogo. O detalhe faz a diferença — uma bola parada bem batida, uma troca de marcação milimétrica, um goleiro frio nos pênaltis.
Para quem acompanha de perto, os sinais são conhecidos: jogos estudados, poucas brechas e muita disputa mental. A partir das quartas, a margem de erro fica mínima. Vantagem construída em casa vira ouro; gol cedo muda o roteiro; controle emocional pesa tanto quanto físico e tático. O caminho até Lima promete jogos grandes, clima quente e muitos capítulos para contar.