Quando Coco Gauff, tenista americana bateu a número 1 Aryna Sabalenka, da Bielorrússia por 6‑7(5), 6‑2, 6‑4, o clima de Paris mudou de tensão para festa no Roland-Garós 2025Stade Roland-Garós, Paris. Foi a primeira vez que uma americana levava o troféu de terra batida desde que Serena Williams triunfou em 2015, e a vitória chegou num dia úmido, com o teto aberto, após 2 horas e 38 minutos de pura intensidade.
Contexto histórico e a estrada até a final
Gauff, então com 21 anos e segunda no ranking mundial, já havia colecionado um Grand Slam – o US Open de 2023 – mas ainda carregava o peso da primeira derrota na Roland‑Garós, em 2022, contra Iga Świątek. Naquele duelo, a jovem americana confessou ter "quase se escrito fora" antes mesmo da primeira bola. Três anos depois, a mesma quadra que a viu cair tornou‑se o palco da sua redenção.
Detalhes técnicos do confronto
O placar pode parecer simples, mas os números contam outra história. Gauff sacou 69 bolas em 116 vezes (59,5 % de primeiro serviço) e venceu 33 desses pontos (47,8 %). Sabalenka, por sua vez, foi ligeiramente mais eficiente: 65 de 103 primeiros serviços (63,1 %) e 39 pontos ganhos (60 %). A diferença? Gauff converteu 6 dos 13 break points (46,2 %), enquanto a bielorrussa fez 9 de 21 (42,9 %).
Nos aces, ambas ficaram próximas – Gauff 2, Sabalenka 3 – mas o que fez a diferença foram os momentos críticos: a capacidade de Gauff de segurar a segunda partida e, depois, virar o terceiro set ao fechar a troca de golpes em 6‑4. Apesar de ter menos pontos totais (100 de 219 contra 119 da adversária), a americana soube escolher os momentos certos para pressionar.
Reações imediatas e a polémica pós-jogo
Logo após o apito final, Sabalenka soltou um comentário que gelou a imprensa: "Gauff ganhou porque eu cometi erros fáceis, não porque ela jogou incrível". A frase, considerada provocadora, gerou um debate acalorado nas redes. Gauff, porém, respondeu com a diplomacia que a caracteriza: "Eu prego amor, prego luz. Quero que todos estejam bem, hakuna matata". Ela admitiu que inicialmente sentiu vontade de rebater publicamente, mas optou por manter o foco na celebração.
O clima voltou a aquecer quando Frances Tiafoe, companheiro de equipe dos EUA e 12.º cabeça de chave em Wimbledon 2025, brincou: "É ótimo ver que eles viraram a página. São os maiores do mundo, precisam ter boa relação. Mas, se eles brigarem de vez em quando, ia ser divertido!" O tom descontraído acabou por aliviar a tensão e, segundo relatos da WTA, uma mensagem de desculpas circulou entre as duas atletas ainda naquela noite.
Impacto para o tênis feminino e para o Brasil
O título de Gauff tem repercussões que vão além da própria França. Primeiro, demonstra que a disputa no topo do ranking está mais aberta do que nunca; a alternância entre número 1 e número 2 na final de Roland‑Garós ocorre só pela segunda vez em três décadas. Segundo, reforça a presença americana em superfície de terra batida, um domínio historicamente europeu. Por fim, cria um modelo de superação para jovens atletas brasileiras que sonham em seguir os passos de Maria Esther Bueno ou Thiago Monteiro – a mensagem de resiliência é universal.

O que vem a seguir para as campeãs
Com a vitória, Gauff sobe para o posto de número 1 no ranking da WTA, encerrando uma sequência de 12 meses de domínio de Sabalenka. A americana tem agora a missão de manter o topo durante o circuito de verão europeu, que inclui Wimbledon, onde será favorita ao título.
Sabalenka, por outro lado, prometeu trabalhar o aspecto mental do seu jogo. Em entrevista à ESPN, disse que a derrota serviu de lição para não subestimar adversárias em melhor forma. A bielorrussa já se prepara para o próximo Grand Slam em Nova Iorque, onde o clima indoor pode favorecer seu potente saque.
Fatos principais
- Data da partida: 7 de junho de 2025.
- Local: Stade Roland‑Garós, Paris.
- Resultado final: 6‑7(5), 6‑2, 6‑4 a favor de Coco Gauff.
- Primeira americana a vencer em Paris desde 2015.
- Gauff assume a primeira posição no ranking da WTA.
Perguntas Frequentes
Como a vitória de Gauff afeta o cenário do tênis feminino?
Gauff quebra a hegemonia da Europa na terra batida e demonstra que o topo do ranking está aberto a duelos entre número 1 e número 2. Isso incentiva jovens jogadoras a acreditarem que podem vencer em qualquer superfície, aumentando a competitividade mundial.
Qual foi o ponto de virada no terceiro set?
No sexto game, Gauff quebrou o serviço de Sabalenka ao aplicar um golpe de forehand cruzado que pegou a adversária fora de posição. Esse break deu a Gauff a liderança de 5‑3, e ela manteve a vantagem até fechar 6‑4.
Por que Sabalenka fez comentários controversos?
A bielorrussa pareceu frustrada com erros não forçados que cometiu em momentos críticos. Em entrevista, explicou que tentou afastar a culpa, mas depois pediu desculpas publicamente, mostrando que a tensão foi mais emocional que técnica.
Qual o próximo torneio para Gauff?
Após conquistar Roland‑Garós, Gauff se volta ao circuito europeu de grama, com Wimbledon como objetivo principal. Ela já divulgou que treinará em Londres nas próximas duas semanas para adaptar o jogo ao novo tipo de quadra.
Como a mídia brasileira está cobrindo a vitória?
Os principais jornais esportivos do Brasil destacaram o feito como um marco para o tênis feminino, comparando Gauff a lendas como Maria Esther Bueno. A cobertura enfatizou a mensagem de superação e a possibilidade de inspirar futuras gerações de atletas brasileiras.
Francis David
Assisti ao duelo entre Gauff e Sabalenka com bastante atenção. A mudança de clima em Paris ficou bem clara quando a americana começou a assumir o controle do jogo. Mesmo após o set apertado, ela manteve a serenidade e conduziu a partida rumo ao título. Esse tipo de resiliência inspira quem acompanha o tênis.
outubro 9, 2025 AT 02:45